sexta-feira, 7 de novembro de 2008

A revolução social da música

Depois da internet, as rádios vão acabar? Ou vão recomeçar? Apostando na primeira alternativa, mas, sem querer, partindo para a segunda, Martin Stiksel criou a Last.fm. Em entrevista, depois de estar entre os melhores da Web 2.0, ele confirma: quer a sua iniciativa que seja, desde o título, a última FM. É uma FM sem programadores, a sua. Ou onde todos os ouvintes, indiretamente, são programadores também. Como assim? Você se cadastra, baixa um programinha e tudo o que tem a fazer é: indicar um artista, ou grupo, ou compositor, ou intérprete, de sua preferência. A aplicação da Last.fm vai imediatamente consultar sua ampla base de ouvintes na internet e te devolver uma lista de artistas, grupos, compositores ou intérpretes que tem a ver com você. “Listen”, você aperta e já começa a experiência. Você escuta faixas aleatórias, de CDs aleatórios, e, quando não gosta, pula – ou “bane” (elimina) aquela faixa da sua FM. Quando gosta, ou se gosta muito, marca com um “coração” – e a Last.fm acumula as preferências na sua página. No seu endereço – dentro do site http://www.last.fm/ – fica guardado o que você ultimamente escutou, o que você gostou – e as outras pessoas podem pesquisar ou mesmo ouvir. E, claro, você pode comprar CDs, pesquisar artistas, álbuns… – como em qualquer outro site convencional de música. No Last.fm não tem programador, a não ser você, e não tem interrupção – ou propaganda. Nunca. O único problema é que o catálogo de música brasileira ainda é muito pequeno (porque eles ainda estão digitalizando o acervo). O Last.fm associa, por exemplo, Elis Regina a Tom Jobim, ou Caetano Veloso a Milton Nascimento, mas, por enquanto, não toca nenhum deles. É outra alternativa à febre dos podcasts.